
Direção de Fotografia com Pedro Sotero, ABC
Construindo Narrativas visuaIS
Sobre o Curso
Neste curso, o diretor de fotografia Pedro Sotero, ABC, percorre sua filmografia — incluindo longas premiados, curtas-metragens e séries — revelando o processo criativo e técnico por trás de cada obra e os elementos que as conectam.
O curso está estruturado em quatro encontros teóricos e dois encontros práticos, com demonstrações técnicas dos elementos de linguagem discutidos nos dias anteriores.
A proposta é traçar um percurso através de sua filmografia para exemplificar como conceitos e técnicas são aplicados de maneira singular em cada projeto, desenvolvendo uma linha de pensamento cinematográfico.
Conteúdo Programático
01 - Apresentação e Colaboração com Kléber Mendonça Filho
● Apresentação do curso e minha visão sobre cinematografia. Como surgem as
imagens e como elas se transformam, do roteiro, pesquisa, set, montagem, cor e
exibição.
● Elementos que compõem a imagem cinematográfica: pesquisa, elenco, direção de
arte, caracterização e figurino como pilares da fotografia.
● A cinematografia em O Som ao Redor, Aquarius, Bacurau e Retratos Fantasmas:
o que há de comum e o que se reinventa em cada filme; a cidade como personagem
e a evolução de uma colaboração ao longo dos anos.
● O Som ao Redor: meu primeiro longa em 35mm, a experiência de co-fotografar um
filme e os principais aprendizados. Como a cinematografia ajuda a criar uma
sensação constante de inquietação e vigilância, mesmo em cenas aparentemente
banais com o uso de trilhos, zooms e steadycam; o uso do Techniscope (2-perf).
● Aquarius: o desenvolvimento da linguagem iniciada no O Som ao Redor e a
mudança pro digital; uma câmera mais íntima e o tratamento da personagem como
heroína, fotografando Sônia Braga; a utilização de filtros de difusão e ISO como
ferramenta para a exposição e textura do filme.
● Bacurau: O sertão e as lutas de classe no cinema brasileiro, com forte influência do
western spaghetti e do cinema independente americano dos anos 1970. A
construção visual de um faroeste sci-fi brasileiro com lentes anamórficas Panavision.
● Retratos Fantasmas: cidade, memória e afeto no cinema de Kleber; construção de
cenas documentais, restauração de arquivos e integração de diferentes suportes e
formatos; fotos escaneadas, super 8, vhs, mini DV, iPhone, RED, Alexa mini.
02 - Cinematografia em Filmes de Época
● Rojo, Betinho - No Fio da Navalha, Meu Nome é Gal e o prólogo de Aquarius:
como representar o passado com um olhar contemporâneo, evitando estigmas e
clichês. A pesquisa de textura fílmica, filtros de difusão e lentes para imagens
digitais.
● Aquarius: estratégias visuais para diferenciar o prólogo ambientado no final dos
anos 1970; usando lentes Cooke anamórficas modernas em contraste com as lentes
esféricas vintage da narrativa principal.
● Rojo: o estilo cinematográfico do argentino Benjamín Naishtat e a herança dos
thrillers americanos de combustão lenta dos anos 70; utilizando uma câmera digital e
lentes Panavision esféricas para criar um look inspirado no celuloide da época.
● Meu Nome é Gal: reconstrução de momentos íntimos e shows icônicos de Gal
Costa com base em fotografias, imagens de arquivo e referências; o uso do Super
8mm como linguagem, e os aprendizados técnicos no set e na revelação.
● Betinho - No Fio da Navalha: construção visual de uma pessoa pública ao longo de
várias décadas (1950–1990), criando uma evolução estética de cor e textura, e
combinando diferentes mídias e imagens de arquivo; filmando em 16mm e super
8mm, gravando com
03 - Um Olhar sobre a Imagem do Cinema Independente Brasileiro
● Os desafios na construção de uma linguagem visual consistente em filmes de baixo orçamento, conciliando técnicas do cinema clássico e contemporâneo, ajustados ao orçamento do filme.
● Propriedade: a decupagem em filmes de gênero; o terror físico e psicológico; a construção de tensão em espaços fechados e confinados em oposição aos espaços vastos e abertos;
● Baby: Dignidade e complexidade na representação imagética de personagens marginalizados e da comunidade Queer no centro de São Paulo; uso da cor, textura e composição como ferramentas narrativas.
● Gabriel e a Montanha: desafios técnicos e humanos ao filmar em quatro países africanos, em situações extremas, incluindo ascensões ao Kilimanjaro e ao Monte Mulanje; abordagem de personagens reais se auto-representando em uma ficção.
04 - Espelho do Poder: Colaborações com Bárbara Wagner e Benjamin de Burca e o cinema de Auto Representação
● Transição do trabalho fotográfico de Bárbara Wagner e Benjamin de Burca para o audiovisual exibido em festivais de cinema, museus e bienais.
● Colaboração entre personagens reais e equipe técnica: a fronteira entre realidade e encenação na construção da imagem.
● A música, o corpo, a dança e a performance como elementos centrais da fotografia.O frame como palco.
● Aula ministrada no Sesc da Av Paulista, onde está a exposição “Espelho do Poder”, concebida como show audiovisual pela dupla Bárbara Wagner e Benjamin de Burca; a mostra parte de uma reflexão sobre as políticas do olhar e as práticas de espelhamento presentes em Swinguerra (2019) e One Hundred Steps (Cem Degraus, 2020).
05 e 06 - Práticas
Nesses últimos dois encontros, realizaremos exercícios práticos a partir de cenas pré-estabelecidas. O objetivo é testar e comparar diferentes técnicas para que os participantes possam compreender como escolher a ferramenta mais adequada para cada tipo de plano. Serão abordados:
● Trilho vs. Slider vs. Zoom Análise das diferenças conceituais e técnicas entre os dois, além da exploração dos principais tipos de zoom.
● Steadicam vs. Trilho Discussão sobre quando e como utilizar cada um desses equipamentos em diferentes contextos de linguagem cinematográfica.
● Steadicam vs. Gimbal Testes práticos para observar diferenças na estabilização e no resultado estético da imagem com cada ferramenta.
● Grua com operador vs. Girafa de tubo com Gimbal As diferentes possibilidades que um movimento de grua pode trazer para um filme.

Conheça mais o trabalho de Pedro Sotero, ABC
Apoio

pEDRO sOTERO, ABC
Pedro Sotero é diretor de fotografia e construiu uma sólida filmografia composta por curtas, longas-metragens e séries de TV, colaborando com cineastas como Kleber Mendonça Filho, Bárbara Wagner, Nara Normande, Joana Jabace, Gabriel Mascaro, Daniel Bandeira, Fellipe Barbosa, Benjamín Naishtat, entre outros.
Ao longo de sua carreira, assinou a direção de fotografia de mais de 15 longas-metragens, incluindo cinco filmes selecionados para o Festival de Cannes: Aquarius (competição oficial, 2016), Gabriel e a Montanha (Semana da Crítica, 2017), Bacurau (competição oficial – Prêmio do Júri, 2019), Retratos Fantasmas (seleção oficial – sessão especial, 2023) e Baby (Semana da Crítica, 2024). Recebeu o prêmio de Melhor Direção de Fotografia no Festival de San Sebastián (SSIFF 2018) pelo filme Rojo.
Em 2019, participou da pesquisa, roteiro e direção de fotografia da instalação Swinguerra, obra selecionada para representar o Brasil na Bienal de Veneza. Em 2021, chegaram ao público três projetos com sua assinatura: os longas Coração Errante, de Leonardo Brzezicki (Argentina), Rio Doce, de Fellipe Fernandes (Brasil), e a segunda temporada da série Segunda Chamada, dirigida por Joana Jabace para o Globoplay.
No final de 2022, o longa Propriedade, de Daniel Bandeira, foi selecionado para a mostra Panorama da Berlinale 2023. Ainda em 2023, estrearam outros quatro trabalhos com sua direção de fotografia: o documentário Retratos Fantasmas, de Kleber Mendonça Filho; o curta Fala da Terra, de Bárbara Wagner e Benjamin de Burca; o longa Meu Nome é Gal, de Dandara Ferreira e Lô Politi; e a série Betinho: No Fio da Navalha, dirigida por Lipe Binder para o Globoplay, selecionada para a competição oficial da Canneseries.
Em 2024, dois novos projetos foram lançados: o longa Baby, de Marcelo Caetano, cofotografado com Joana Luz, estreou na Semana da Crítica de Cannes e foi selecionado para mais de 50 festivais nacionais e internacionais; além disso, Sotero assinou a fotografia dos episódios 2, 4 e 6 da quinta temporada da série Sintonia (Netflix) e da segunda temporada da série Cangaço Novo (Amazon Prime Video) com previsão de estréia para 2025.
PróximaS tURMAS
26 a 31 de Maio de 2025
Aulas de segunda a sábado
segunda a sexta-feira, das 19h00 às 22h30
Sábado das 10 às 18h30
Carga Horária: 26 Horas
Local: Bucareste Ateliê de Cinema - Rua Padre Justino, 593 - Vila Pirajussara - Butantã - São Paulo
Investimento
R$ 2.100,00 à vista ou
10X de R$ 231,00 no cartão de crédito
*Associades da ABC, SINDCINE, ACASP, ASTIM, DAFB, APTA, Apan e ex-alunes Bucareste possuem 10% de desconto.
Caso sua associação, sindicato ou coletivo não esteja na lista, nos consulte sobre a possibilidade de inclusão de descontos.