Cinema Queer
Sobre o curso
O curso tem como centro de gravidade suscitar a imaginação política e poética em torno de questões associadas ao que podemos chamar de cinema queer. A própria terminologia é aqui colocada em questão a partir de uma série de reflexões associadas a pensadoras importantes no campo.
Na primeira parte do curso, exploramos algumas noções e conceitos através dos quais podemos pensar um conjunto de problemas/alucinações sobre corpos, práticas e vivências sexo-gênero dissidentes. Inicialmente, portanto, serão percorridos caminhos e abordados autoras que se dedicaram a construir explorações teórico-políticas queer.
Na segunda parte, refletiremos sobre como essas explorações conceituais e éticas têm sido e podem ser usadas para pensar questões relativas à visualidade em geral e ao cinema mais especificamente. A própria noção de cinema queer é indagada a partir de éticas e teorias que buscam, de alguma maneira, deformar normatividades que acompanham tanto a história do cinema como o que alguns costumam chamar de realidade social.
O curso é dirigido para qualquer pessoa que se identifique com as discussões, orientações, práticas e éticas queer/cuir, mas incentivamos a participação de pessoas sexo-gênero dissidentes.
Plano de Aulas
Aula 01
Dia 30 de setembro – 17h às 20h
Aula Inaugural com Karla Bessa.
Aula 02
Dia 7 de Outubro – 17h às 20h
Ancorações introdutórias sobre gêneros e sexualidades (dissidentes) Dos estudos da mulher aos estudos de gênero. Perspectiva construcionista das diferenças sexuais. Sexualidade como problema sócio-histórico e político. Dissidências de gênero e sexualidade. Normalização das práticas sexuais e suas implicações.
Aula 03
Dia 14 de outubro – 19h às 22h
A queer em cena: teorias e éticas de-formativas
Algumas teorias da performance. Judith Butler, a performatividade de gênero e a abjeção. Paul B. Preciado e a crítica à performatividade de gênero. Contrassexualidade e regime farmacopornográfico. Precariedade e aliança de corpos. CUir: de-formações decoloniais.
Aula 04
Dia 21 de outubro – 17h às 20h
Visualidade, poder, arte e dissidências de gênero e sexualidade Perspectivas políticas sobre visualidade. Políticas (e polícias) da representação. Hesitações em torno de uma arte dissidente. Aportes queer para a crítica e história da arte.
Aula 05
Dia 28 de outubro – 17h às 20h
Cinema queer(?)
Cinema queer, genealogia de uma noção. Pensamento queer/cuir versus práticas audiovisuais queer/cuir. Pós-pornografia. Vazamentos entre arte e política a partir de práticas artísticas que operam com questões relacionadas a gênero e sexualidade.
Aula 06
Dia 4 de Novembro – 17h às 20h
Encerramento
*As aulas ficarão gravadas e com acesso liberado para os alunos até uma semana após a data final do curso.
Próxima turma:
Setembro / Outubro de 2020
(30 de Setembro, 7, 14, 21 e 28 de Outubro e 4 de Novembro)
Online (Ao Vivo)
Aulas das 17h às 20h
*Dia 14/10 das 19h às 22h
Valores
R$ 325,00 (à vista) ou
3 vezes de R$ 122,00
*Associadxs do Sindcine, STIC, SINTRACINE, DAFB, Movielas, APAN e ex-alunos da Bucareste possuem 10% de desconto.
** Pessoas trans e negras
podem solicitar bolsa mediante o envio de uma carta de intenções que será
analisada pelas ministrantes.
Carga horária: 18 horas
*O curso irá ocorrer na plataforma Zoom - os inscritos receberão o link e senha de acesso um dia antes do início das aulas
PROFESSORAS
Helena Vieira é pesquisadora, transfeminista e escritora. Foi colunista da Revista Fórum e contribuiu com diversos meios dê comunicação como o Huffpost Brasil, Revista Galileu (matéria de capa sobre transexualidade), Cadernos Globo (Corpo: Artigo Indefinido), Revista Cult e Blog Agora É que São Elas da Folha de São Paulo. Foi consultora na novela a Força do Querer da Rede Globo. Recentemente, foi co-autora dos livros " História do Movimento LGBT " organizado por Renan Quinalha e James Green, " Explosão Feminista" organizado por Heloísa Buarque de Holanda, " Tem Saída? Ensaios Críticos sobre o Brasil", organizado por Rosana Pinheiro Machado e " Ninguém Solta a Mão de Ninguém: Um manifesto de resistência", da editora Clarabóia. Dramaturga, fez parte do projeto premiado pela Focus Foundation na categoria Artes Cenicas" Brazil Diversity", em Londres, com a peça " Ofélia, the fat transexual". Desenvolveu junto ao Laboratório de Criação do Porto Iracema das Artes, pesquisa dramatúrgica entitulada " Onde estavam as travestis durante a Ditadura?.

Vitor Grunvald é professor da UFRGS do Departamento de Antropologia e do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da UFRGS, onde coordena o Núcleo de Antropologia Visual (Navisual). É doutor e pós-doutor em Antropologia pela USP, com ênfase em Antropologia Visual, da Arte, da Performance, Gênero e Sexualidade. Tem formação também em Direção Cinematográfica pela AIC. É coordenador do Grupo de Reconhecimento em Universos Artísticos/Audiovisuais da UFRJ e pesquisador do Grupo de Antropologia Visual (GRAVI), do Núcleo de Antropologia, Performance e Drama (NAPEDRA), do Núcleo de Estudos sobre Marcadores Sociais da Diferença (NUMAS) e do Pesquisas em Antropologia Musical (PAM), todos ligados à USP. É integrante do Comitê de Antropologia Visual da Associação Brasileira de Antropologia e membro do Prêmio Pierre Verger, gestão 2019/2020. Nos últimos anos, tem oferecido uma série de oficinas e cursos de cinema, vídeo documentário, arte e questões relacionadas à gênero, sexualidade e teoria queer/cuir. Atualmente, desenvolve, com o artista e diretor Paulo Mendel, projeto de documentário de narrativa transmídia com a Família Stronger, tencionando sobre questões relacionadas a família, parentesco, cidade e marcadores sociais da diferença. Em 2020, o documentário Domingo, realizado a partir desse projeto, foi selecionado para compor a 21ª Bienal de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil como videoinstalação e foi agraciado com o Premio Margot Dias e Benjamin Pereira de Filme Etnográfico da Associação Portuguesa de Antropologia.

Karla Bessa - Pesquisadora e atual coordenadora do núcleo de estudos de Gênero Pagu, professora do programa de pós graduação em multimeios do instituto de artes da Unicamp e uma das curadoras da mostra internacional de audiovisual Curta o Género de Fortaleza.